Os meniscos são estruturas formadas de um tecido chamado fibrocartilagem, e estão localizadas dentro da articulação do joelho, entre o fêmur e a tíbia. Cada joelho apresenta dois meniscos, o menisco medial (do lado interno) e o menisco lateral (do lado externo). O menisco medial é maior e tem formato de meia lua, já o menisco lateral é menor e apresenta um formato mais circular.
Apresentam algumas funções importantes, como auxiliar na absorção de impacto, distribuição de peso na articulação do joelho, lubrificação articular e também na estabilidade do joelho.
As lesões meniscais são extremamente comuns, e as queixas frequentemente levam os pacientes aos consultórios médicos. Entre as queixas mais comuns, estão a dor, o derrame articular, dificuldade em agachar ou fletir os joelhos, os estalidos, os bloqueios do joelho, em que os pacientes sentem que o joelho “saiu do lugar”, e até mesmo alguma sensação de falseio.
Podemos separar as lesões dos meniscos em dois grupos: as lesões traumáticas e as lesões degenerativas.
Lesões traumáticas
Como diz o nome, estão relacionadas a algum evento traumático, como uma queda ou um entorse do joelho. Geralmente ocorrem em pacientes mais jovens e ativos e comumente tendo relação com a prática esportiva. Esses eventos traumáticos podem causar uma lesão isolada dos meniscos, ou mesmo em associação a lesões de cartilagem e/ou ligamentares.
Os sintomas aqui são um pouco mais importantes, característicos de um quadro agudo, em que os pacientes apresentam dor aguda, edema (derrame articular), e dificuldade de locomoção.
Lesões degenerativas
As lesões degenerativas, por sua vez, acontecem em pacientes um pouco mais velhos e, normalmente, não são relacionadas a algum trauma maior. Com o passar dos anos, os meniscos vão perdendo sua estrutura elástica e flexível, ficando mais rígidos, o que pode levar a algumas fissuras, as lesões degenerativas.
Diferentemente das lesões traumáticas, nos quadros degenerativos os sintomas são um pouco mais leves e, grande parte das lesões são inicialmente assintomáticas.
O diagnóstico das lesões do menisco é feito por meio de um bom exame físico e exames diagnósticos complementares, como a ressonância magnética. Normalmente as radiografias simples não apresentam alterações, exceto nas lesões mais crônicas onde já existe alguma alteração degenerativa do joelho. O exame de ressonância é importante não só para confirmar a lesão do menisco mas também para que seja feita uma análise mais detalhada do tipo da lesão pra a programação do tratamento.
As lesões traumáticas do menisco associadas a instabilidade meniscal normalmente são de tratamento cirúrgico.
Em pacientes jovens a melhor opção de tratamento para as lesões do menisco é o reparo ou sutura meniscal. O reparo consiste em “costurar” o menisco de volta em sua posição original para que o mesmo cicatrize. Essa técnica de sutura para o reparo meniscal hoje em dia apresenta excelentes resultas e deve ser tentada nas lesões traumáticas que são passiveis de sutura. Com a tecnologia envolvida nesse tipo de lesão, os reparos meniscais tem sido feitas de forma cada vez menos invasiva, facilitando a reabilitação.
Outra técnica cirúrgica do tratamento das lesões do menisco é a meniscectomia parcial ou total. Essa técnica consiste na retirada do fragmento meniscal lesionado. Ela pode ser empregada nas lesões traumáticas instáveis em que não é possível a realização do reparo meniscal pela gravidade da lesão ou nas lesões degenerativas.
As lesões degenerativas, exceto quando associadas a sintomas mecânicos de travamento do joelho, podem ser tratadas inicialmente de forma não cirúrgica, com reabilitação fisioterápica e fortalecimento. Quando não há melhora significativa apenas com a fisioterapia, o uso da viscossuplementação (infiltração com ácido hialurônico) é uma boa opção ainda pouco invasiva, antes de um procedimento cirúrgico. Grande parte dos casos evoluem com melhora, e acabam não necessitando de cirurgia. Em caso de não melhora com tratamento conservador uma artroscopia pode ser indicada para resolução do quadro.