Artrose do Joelho

O que é artrose?

Apesar da doença ser conhecida no Brasil como artrose ou osteoartrose, possui várias sinonímias e é mundialmente chamada de osteoartrite. É de longe a forma mais comum de doença articular, e o joelho é uma das articulações mais comumente afetadas.

Trata-se de uma alteração degenerativa causada pelo desgaste da cartilagem. Pode ocorrer em todas as articulações, sendo muito comum nos joelhos. De maneira geral, a artrose é mais comum em indivíduos acima de 60 anos, mas pode iniciar em pessoas mais jovens, especialmente em casos pós-traumáticos, em que existe um histórico de lesões ligamentares, lesões dos meniscos, cirurgias prévias ou fraturas. Além disso, o aparecimento da artrose pode depender da genética de cada um, bem como de outros fatores, como o peso, o alinhamento dos joelhos, atividades físicas, entre outros.

Quais são os sintomas?

A maioria dos casos é assintomática, ou pouco sintomática, principalmente na fase inicial. Os sintomas mais comuns são:

  • Dor progressiva que piora após esforço físico;
  • Rigidez articular, principalmente no frio;
  • Dificuldade de locomoção, principalmente em terrenos irregulares, subir e descer escadas;
  • Deformidades: o joelho vai “entortando” para dentro ou para fora, gerando o que chamamos de geno varo (joelho de cowboy) ou geno valgo (joelho em x);
  • Perda do arco de movimento, ou seja, incapacidade de flexionar ou estender de maneira completa;
  • Inchaço (derrame articular), que se agrava principalmente após esforço físico;
  • Falseio, principalmente quando o joelho está entortando e os ligamentos do lado oposto da deformidade tornam-se insuficientes;
  • Fraqueza muscular progressiva: a dor no joelho causa uma inibição muscular, principalmente do quadríceps, levando a dificuldade nas atividades do dia a dia.

 

Quais são as opções de tratamento?

 

Salvo nos casos mais graves de artrose, iniciamos sempre com o tratamento não cirúrgico. Algumas mudanças em sua vida diária podem proteger sua articulação do joelho e retardar o progresso da doença. Isso inclui o controle do peso, trabalho de fortalecimento muscular através de exercícios prescritos em conjunto pelo médico e fisioterapeuta e/ou educador físico. A fisioterapia tem papel importante na recuperação articular e melhora da dor, utilizando técnicas analgésicas e antiinflamatórias combinadas com exercícios de alongamento, fortalecimento e propriocepção.

 

Exercícios regulares como caminhadas, musculação, natação, hidroginástica, pilates e yoga mantém a mobilidade articular, melhorando a lubrificação, nutrição e função da cartilagem que ainda restou no joelho, além de diminuir a quantidade de enzimas pró-inflamatórias lançadas dentro da articulação. A mudança de atividades de alto impacto (como a corrida ou tênis) para atividades de menor impacto (como natação ou ciclismo) reduzem o estresse no seu joelho.

 

Em casos mais sintomático, podemos lançar mão das infiltrações articulares, nas quais alguma medicação é infiltrada no joelho com uma agulha. Historicamente, a primeira substância a ser infiltrada no joelho foi a cortisona. Acreditava-se que, com a infiltração, haveria um efeito anti-inflamatório que cessaria a evolução da doença. Mais tarde, alguns estudos mostraram que o corticoide tinha efeito nocivo à cartilagem, principalmente se as infiltrações fossem realizadas de maneira repetida. Atualmente, apesar do corticoide ainda fazer parte do arsenal terapêutico, sua formulação sofreu alterações e, hoje temos produtos menos lesivos e mais seguros para serem utilizados em infiltrações como a triancinolona, por exemplo.

 

A infiltração com corticóides é uma boa opção em casos de artrose mais avançada, com dor aguda e processo inflamatório importante. O objetivo aqui é esfriar um pouco o processo inflamatório, melhorando os sintomas do paciente.

 

Outra opção é a viscossuplementação, uma infiltração articular que utiliza o ácido hialurônico como medicação. Apesar de ter alguma propriedade antiinflamatória, a proposta é melhorar a função da cartilagem e diminuir o coeficiente de atrito, já que o ácido hialurônico funciona como um verdadeiro lubrificante para a articulação.

 

ácido hialurônico tem sido utilizado há mais de 20 anos, se tratando de uma boa opção para o tratamento de pacientes com artrose leve ou moderada. A duração do efeito varia de caso a caso, mas, quando bem indicada, apresenta melhora dos sintomas de até 1 ano até 1 ano e meio.

 

Outra opção mais moderna de tratamento é o bloqueio dos nervos geniculares. Uma alternativa minimamente invasiva em que, com o auxílio do ultrassom, identificamos os nervos geniculares (responsáveis por enviar o sinal de dor para o cérebro) e os “desligamos” a partir de uma ablação química (uso de medicamentos) ou térmica. Os riscos são mínimos e a melhora da dor é imediata. Trata-se de uma excelente opção para casos em que os pacientes não querem (ou clinicamente não podem) partir para o tratamento cirúrgico. Pacientes mais velhos são muito beneficiados com esse procedimento, evitando uma abordagem mais agressiva com colocação de prótese.

Infelizmente, não se trata de uma resolução ou cura da artrose, apenas uma melhora temporária exclusivamente da dor. Essa melhora costuma durar até 1 ano, quando os sintomas podem lentamente retornar, mas isso varia caso a caso. As vantagens são o baixo risco, não há necessidade de uma internação hospitalar, e o paciente pode realizar esse procedimento repetidas vezes, quando necessário.

 

E o tratamento cirúrgico?

Quando não há melhora dos sintomas com as diversas opções de tratamento conservador (não cirúrgico) precisamos considerar a necessidade do tratamento cirúrgico. Antes de mais nada, é preciso fazer uma avaliação completa de cada caso, para entender o que causou a artrose, a gravidade do caso, o alinhamento dos joelhos e, principalmente, o nível de atividade de cada indivíduo.

 

As osteotomias são cirurgias de realinhamento angular, podendo ser indicadas, mesmo em casos leves e moderados de artrose, em que pacientes jovens (em geral abaixo de 50 anos) e com alta demanda física apresentam uma deformidade significativa no joelho. O objetivo dessa cirurgia é corrigir a deformidade do paciente, melhorando seus sintomas, e evitando a progressão da sua artrose.

 

As próteses unicompartimentais são boas opções para pacientes um pouco mais velhos que os da osteotomia, e com uma demanda física menor. Assim como as próteses totais do joelho, as unicompartimentais substituem a superfície articular, não deixando mais “raspar osso com osso”. As unicompartimentais são menos invasivas que as próteses totais, com menor índice de complicações e boa taxa de satisfação dos pacientes, porém são reservadas para casos em que a artrose acomete apenas 1 (dos 3) compartimento do joelho. Se nos deparamos com uma artrose global, acometendo toda a articulação, ela não é mais indicada, dando lugar às cirurgias de prótese total do joelho.

 

A cirurgia de prótese total do joelho, também chamada de artroplastia do joelho, é uma cirurgia famosa por ser temida pelos pacientes. Naturalmente é um procedimento mais invasivo, com riscos de complicações importantes, como infecção e eventos tromboembólicos. Porém, trata-se de uma cirurgia já consagrada, com o objetivo de resolução da dor, alinhamento dos joelhos, e possível retorno às atividades de baixa demanda física, como caminhadas, natação, musculação etc.

 

O sucesso da prótese de joelho vem a partir de uma boa indicação por parte do médico, com uso de técnica cirúrgica refinada, de um implante de boa qualidade, de uma reabilitação funcional e da cooperação do paciente, com taxas de sobrevida (duração da prótese) de mais de 90% em 15 anos.

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